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AS09LT19 – Pope, [Alexander] [Pinto, José Nicolau de Massuellos (trad., atrib.)] – EPISTOLA DE HELOYZA A ABAYLARD. Londres. Officina de Guilherme Lane. 1801

AS09LT19 – Pope, [Alexander] [Pinto, José Nicolau de Massuellos (trad., atrib.)] – EPISTOLA DE HELOYZA A ABAYLARD. Londres. Officina de Guilherme Lane. 1801

AS09LT19 – Pope, [Alexander] [Pinto, José Nicolau de Massuellos (trad., atrib.)] – EPISTOLA DE HELOYZA A ABAYLARD. Londres. Officina de Guilherme Lane. 1801. 42 pp. 23,5 cm x 18 cm. E.

 

Raríssima e preciosa edição desta obra que, segundo Innocencio (T. V, p. 82), circulou bastante cara durante décadas, dado o seu carácter clandestino, até ser novamente levada aos prelos por António Marques da Silva, corria já o anno de 1833.

A identificação do tradutor da obra esteve sempre envolvida em mistério, ainda que a versão portuguesa fosse desde cedo atribuída a José Nicolau de Massuellos Pinto (1770 – 1825), Deputado da Junta do Grão-Pará e Maranhão, alta patente da Marinha de Guerra e Membro da Comissão de Dívida Pública do Thesouro Nacional, além de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Homem reservado, conhecia Innocencio apenas um soneto da sua autoria em homenagem a Bocage.

Trata-se da primeira tradução para língua portuguesa desta célebre obra do poeta e humorista Alexander Pope (1688 – 1744), um dos mais reconhecidos homens de letras do séc. XVIII britânico. Na verdade, Eloisa to Abelard é considerado por muitos um dos momentos pioneiros do romantismo, visto que, apesar de ter sido publicado em 1717, a sua fama percorreria toda a Europa apenas a partir de meados do Século das Luzes, e atingiria o seu pico precisamente por alturas desta edição que ora se apresenta a martelo. Escrito em formato ovidiano, o poema distancia-se, ainda assim, das formas clássicas, dando primazia ao sentimento em detrimento da razão, e centra o tema no desaire dos célebres dois apaixonados medievos e no reacendimento da paixão entre ambos anos depois da castração de Abelardo.

O patrono dos bibliófilos portugueses faz ainda notar que lhe parece «esta a única [edição] feita sobre o original inglez. As outras duas o foram sobre as traducções, ou melhor, imitações francezas de Mercier e Colardeau.»

 

Contém uma bela estampa de Heloísa, de joelhos e em oração perante um crucifixo, com a seguinte legenda:

 

Ah Infeliz! Pois te julgão

De hum Deos Espoza leal;

Quando, somente es escrava

Do Amor, e de hum Mortal!

 

Sabe-se que um exemplar desta obra foi a martelo no famoso leilão da Condessa da Azambuja de 1910 (Azambuja, p. 225), ainda que lá se reproduza apenas a informação contida em Innocencio.

 

Bom estado geral de conservação. Encadernação posterior simples em percalina com lombada em pele; bastante manuseada e com defeitos. Assinatura de posse no verso da guarda anterior. Miolo em geral muito limpo e em papel sonante, afectado ligeiramente por ténue mancha de humidade e à cabeça nas primeiras folhas e com alguma perda de suporte nas últimas duas, sem afectar o texto.

 

Pouco frequente.

 

Base: 30 EUR

Estimativa: 30 – 60 EUR

* Acresce comissão da leiloeira de 18% sobre o valor de martelo e IVA a 23% (apenas sobre a comissão).

 

Bibliografia auxiliar:

Azambuja, 1996, p. 225.

Innocencio, T. III, p. 70; T. V, pp. 82-83; T. XIII, p. 149.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 16, p. 532.


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