Saltar para a informação do item
1 de 2

AS04LT14 – Richepin, Jean – LES BLASPHÈMES. Paris. Maurice Dreyfous, Éditeur. 1884

AS04LT14 – Richepin, Jean – LES BLASPHÈMES. Paris. Maurice Dreyfous, Éditeur. 1884

AS04LT14 – Richepin, Jean – LES BLASPHÈMES. Paris. Maurice Dreyfous, Éditeur. 1884. (3) 343 (1) pp. 17,6 cm x 11,4 cm. E.


Trata-se da primeira e muita rara edição (da tiragem sem o retrato do autor) desta importante obra poética no contexto da carreira do seu autor, Jean Richepin (1849 – 1926), poeta, romancista e dramaturgo francês. Possuidor de um génio irascível e de uma força física descomunal, notabilizou-se na guerra franco-prussiana como franco-atirador, tendo, no regresso do conflito, enveredado numa carreira errática que o levou ao teatro, ao trabalho como marujo ou como estivador. A publicação do seu texto polémico La Chanson des gueux (1876) acabou por levá-lo à prisão. Richepin não desmoralizou, continuando a publicar textos e poemas de grande violência verbal, dos quais esta obra é uma das que se destaca. Amigo próximo de Arthur Rimbaud e de André Gill, a sua celebridade continuou a aumentar ao longo dos anos, tendo atingido o seu pico pelos anos 80, devido ao seu relacionamento amoroso com Sarah Bernhardt, uma das actrizes mais famosas de todos os tempos e certamente a mais famosa antes do advento da imagem em movimento.

Les Blasphèmes, que o autor reclama como a «Bible de l’Athéisme», na dedicatória a Maurice Bouchor, exerceu grande influência em muitos autores, tendo a sua aura, muito provavelmente, atingido Portugal, se atentarmos aos ecos – remotos ou não e que importa apurar – em Guerra Junqueiro, que viria a publicar A Velhice do Padre Eterno apenas um ano mais tarde. Richepin era certamente conhecido em terras lusas, uma vez que várias das suas obras chegaram a ser vertidas para português. Além disso, foi possível localizar uma crítica a este mesmo livro do autor francês por Jayme de Amorim Sieuve de Séguier (1860 – 1932), publicada n’A Illustração – Revista Quinzenal para Portugal e Brazil (1.º Anno, Vol. I, n.º 4, de 20 de Junho de 1884), um dos periódicos oitocentistas de maior excelência, dirigido por Mariano Pina a partir de Paris.


Vous ne connaissez pas le grand X? Hein! quoi ! Non?

Non, pas même de vue; et pas même de nom,

Car il n’en a pas. Mais, qu’importe? C’est um être

Dont on raconte un tas de faits qu’il faut connaître.

On dit même que dans des temps peu reculés,

Pour n’y pas avoir cru d’aucuns furent brûlés.


Bom estado geral de conservação. Encadernação simples, com lombada em percalina e à inglesa; manuseada. Sem capas de brochura. Miolo com acidez generalizada.


Muito raro nas primeiras tiragens de 1884.


Base: 25 EUR

Estimativa: 25 – 60 EUR

* Acresce comissão da leiloeira de 18% sobre o valor de martelo e IVA a 23% (apenas sobre a comissão).
Ver detalhes completos