AS02LT09 – Castelo Branco, Camilo – A FILHA DO DOUTOR NEGRO. Porto. Typographia do Commercio. 1864

AS02LT09 – Castelo Branco, Camilo – A FILHA DO DOUTOR NEGRO. Porto. Typographia do Commercio. 1864. XIV - 304 pp. 11,1 cm x 17 cm. E.

Primeira e raríssima edição deste romance do áureo escritor, valorizada por conter um Extracto das Memorias do Carcere, que seria expurgado em edições posteriores. Sobre esta obra, conta-nos Henrique Mendonça:

«Diz-se que a protogonista d'este romance viveu realmente no Porto. Antes de publicado em volume, este romance veiu [sic.] inserto em folhetins no Commercio do Porto, começando essa publicação em 9 de abril de 1864.» (p. 39).

Este texto reveste-se, ainda hoje, de alto valor literário, pelas questões nele presentes que se vão continuando a debater.

«A obra dialoga com as principais questões sociais do período, principalmente no que diz respeito às tensões de raça e de gênero (...) esses temas aparecem na narrativa, especialmente na trajetória da protagonista Albertina, que retrata um perfil de feminilidade dissonante para o período.» (Lourenço, 2022).

Contém uma dedicatória de Camilo à memória de António Joaquim Xavier Pacheco, que não é mencionada por Mendonça (Carvalho, p. 51).

Bom estado geral de conservação. Encadernação da época, manuseada, com lombada em pele e ferros de ouro. Ligeiramente aparado. Sem capas de brochura. Vinheta do encadernador A. de Sousa Rebello (Guarda). Alguns apontamentos na guarda e folha de anterrosto. Folha de rosto com bastante sujidade. Interior limpo, com ocasional acidez. Folha final solta.

Extremamente raro.

Base: 60 EUR

Estimativa: 60 – 150 EUR

* Acresce comissão da leiloeira de 18% sobre o valor de martelo e IVA (apenas sobre a comissão).

Bibliografia auxiliar:

Carvalho, Descrição Bibliográfica Camiliana, 97, p. 51.

Innocencio, T. IX, 521, p. 9.

Lourenço, A. R. dos S. (2022). Feminilidade divergente: uma análise sobre o romance A Filha do Doutor Negro, de Camilo Castelo Branco. In Olho d’água, v. 14, n. 2.

Mendonça, Bibliographia Camilliana, 82, p. 39.