AP03LT07 – CÓPIAS DE 5 CARTAS DIRIGIDAS A MADRE DOMINGAS VAZ E A MADRE MARIA MANUELA, REITORAS RESPECTIVAMENTE DOS RECOLHIMENTOS DAS OBLATAS DO MENINO JESUS DA MOFREITA E DO LORETO (...) PROCESSO INQUISITORIAL. c. 1813
AP03LT07 – CÓPIAS DE 5 CARTAS DIRIGIDAS A MADRE DOMINGAS VAZ E A MADRE MARIA MANUELA, REITORAS RESPECTIVAMENTE DOS RECOLHIMENTOS DAS OBLATAS DO MENINO JESUS DA MOFREITA E DO LORETO (...) PROCESSO INQUISITORIAL. c. 1813
AP03LT07 – CÓPIAS DE 5 CARTAS DIRIGIDAS A MADRE DOMINGAS VAZ E A MADRE MARIA MANUELA, REITORAS RESPECTIVAMENTE DOS RECOLHIMENTOS DAS OBLATAS DO MENINO JESUS DA MOFREITA E DO LORETO (DIOCESE DE BRAGANÇA), CUJOS ORIGINAIS FORAM APENSOS AO SEU PROCESSO INQUISITORIAL. c. 1813. Resp. de 4, 4, 2, 6 e 3 pp. 20,5 cm x 25,3.
A saber: cópia duma carta do Pe. João Rodrigues Lopes, clérigo da diocese de Bragança (datada de 17/7/1813), uma de D. Helena do Santíssimo Sacramento de Vasconcelos e Sousa, marquesa de Abrantes (24/7/1813), e três de D. Leonor da Câmara, futura marquesa de Ponta Delgada (15/8/1813, 23/8/1813 e s/d). Todas são acompanhadas de notas que registam terem-se apreendido os respectivos originais aquando da segunda prisão das madres ou «mães» Domingas Vaz e Maria Manuela, em Outubro do mesmo ano. A correspondência prende-se com o curioso e controverso movimento espiritual formado ao redor da figura de D. António Luís da Veiga Cabral e Câmara, bispo de Bragança-Miranda entre 1793 e 1819, que parece ter conhecido grande adesão por parte da alta aristocracia lisboeta e veio a ser objecto de condenação eclesiástica pelos seus contornos heterodoxos e visionários. As «mães» Domingas Vaz e Maria Manuela, que os detractores de D. António acusavam de serem suas amantes, foram as principais protagonistas dos supostos milagres, visões e curas que cimentaram a fama dos dois recolhimentos; o Pe. João Rodrigues Lopes, parente e homem de confiança do prelado, foi um difusor dedicado da sua espiritualidade, nomeadamente entre as elites da capital. Já D. Leonor da Câmara, dama da rainha D. Carlota Joaquina, foi uma das suas mais entusiásticas devotas, havendo decerto contactado com D. António quando este serviu a rainha na qualidade de confessor; a marquesa de Abrantes foi também, manifestamente, uma aderente empenhada. Note-se que nas suas célebres Memórias o sétimo marquês de Fronteira, contemporâneo destes eventos e sobrinho de D. Leonor, descreve incerimoniosamente o bispo como «um doido», que enganava os fidalgos com falsos milagres (I: 66). Ao tempo da escrita das cartas que aqui se copiam, as duas «mães» já haviam sido objecto dum primeiro processo inquisitorial, em 1796-7, passando pelos calabouços do Santo Ofício, e os excessos do movimento haviam sido cabal e definitivamente condenados pelo Patriarcado de Lisboa (facto a que aliás algumas das missivas aludem).
Não é clara a função exacta que estas transcrições teriam servido no âmbito do processo, ou se teriam sido produzidas por um algum curioso com acesso a ele, mas é patente que são coevas dos seus trâmites. Apresentam-se numeradas, donde se apercebe terem integrado um conjunto maior.
Bom estado geral de conservação.
Extremamente invulgares.
Base: 150 EUR
Estimativa: 150 – 300 EUR